segunda-feira, 21 de abril de 2008

GP BRASIL 1989 - A CONSAGRAÇÃO DE TROYANOS

O cavalo Troyanos, que tinha 4 anos, do Haras Santa Maria de Araras, era o favorito destacado do 57º GP Brasil. Apenas 9 cavalos, todos barsileiros, participaram da carreira, já que Ego Trip e Tipsy Task não correram. Carteziano tentava o bicampeonato.



TROYANOS E O TERINADOR WILSON LAVOR

Campo da prova (revista JCB):









Escute o GP na narração do saudoso Oscar Vareda:



Assista a chegada do GP:






GABRIEL MENEZES

Gabriel Menezes gostou muito da corrida de Laurus e disse ter chegado a sentir o gosto da vitória na entrada da reta, quando seu conduzido tomou a ponta e ainda tinha reservas. Gabriel, que venceu o GP São Paulo com Tibetano, o pai de Laurus, acha que o filho é superior:
- Laurus é um excelente cavalo e ao entrar na reta pensei que não perderia. Nos 300 metros foi dominado por quase 1 corpo de diferença, mas reagiu e ainda chegou perto de Troyanos, que, talvez pela primeira vez em sua campanha, teve de suar para vencer.

Leopoldo Cury, treinador de Laurus, disse que traçou a estratégia da carreira pela manhã:
- Disse ao Menezes que o ideal seria correr em segundo lugar, atrás de Japan Air, para tomar a ponta antes da reta e colar na cerca. Com a pista pesada, a tarefa dos adversários seria mais difícil. Foi uma corrida excepcional e perdemos para um craque.

O freio Edson Ferreira, jóquei de Carteziano, lamentava o fato de a pista ter ficado pesada, mas afirmou que, para um cavalo que não corria há um ano, a performance do filho de Waldmeister foi sensacional:
- Se a raia estivesse leve, teríamos conseguido o bicampeonato. Carteziano é uma cavalo maravilhoso e provou isso na corrida.




F.PEREIRA FILHO

Francisco Pereira Filho, jóquei de Jack Bob, quarto colocado, não se conformava após a carreira, com os prejuízos que seu conduzido sofreu na fase decisiva:
- Não sei se ganharia, mas, sem dúvida, chegaria brigando. Nos 300 metros, quando arrancou, ficou sem passagem, pois Troyanos e Carteziano foram para dentro, fechando o caminho.



GONCINHA

Gonçalino Feijó de Almeida, que montou Gay Charm, a única égua da prova, chegou a pensar que seria último colocado:
- Na primeira curva a égua se perdeu dos posteriores e quase caí de seu dorso. Ela ficou longe do penúltimo colocado. Nos 800 metros finais, quando consegui colocá-la mais perto, novamente quase caí, perdendo o contato, e cheguei a pensar que chegaria em último. Na reta porém, começou a correr de verdade e, quando a levei para fora, descontou muito.

Jorge Garcia, piloto de Ken Graf, disse que foi obrigado a assistir ao desfecho da prova nos 300 metros finais:
- Na metade da reta Laurus saiu da cerca, indo para a linha dois, e senti que poderia vencer o páreo por ali. Quando lancei Ken Graf, o Gabriel trouxe seu cavalo de volta para dentro, enquanto por fora já atropelavam Troyanos, Carteziano e Jack Bob. Fiquei encerrado e não pude mais exigir do meu conduzido.

RICARDO ACHA QUE GANHARIA COM EGO TRIP



Jorge Ricardo não participou do GP deste ano porque Ego Trip, sua montaria na prova fora retirado pela Comissão de Corridas. O filho de Sunset sofrera cólicas durante a semana e fora tratado com medicação, o que o Código de Corridas não permite:
- Fiquei com uma tremenda raiva. Não querendo desmerecer a excepcional categoria de Troyanos, acho que desta vez eu não perderia. Era o tipo de páreo ideal para Ego Trip, mais ainda não foi desta vez que tive a felicidade de vencer esta prova. Fica para a próxima.



C.LAVOR

Wilson Lavor, treinador, e Carlos Lavor, jóquei, brilharam intensamente na vitória de Troyanos no GP Brasil, ontem na Gávea. O carioca Carlos Lavor, 19 anos, jóquei mais jovem ao vencer a prova, disse que só se sentiu seguro da vitória nos últimos 50 metros:
Foi um páreo contrário às características de Troyanos. Pelo campo reduzido, tive que corrê-lo perto, quando prefere ficar longe para uma atropelada. Trabalhei Laurus e sabia que se o deixasse fugir, ele ganharia. Nos 400 metros finais, tive a impressão de que poderia levar a melhor, mas não seria tão fácil como das outras vezes. Só nos 50 metros finais, convenci-me da vitória. Embora Laurus reagisse, trazia-o dominado.
O treinador de Troyanos, Wilson Pereira Lavor, 46 anos, paraibano, estava muito emocionado com a vitória. Para ele, a enorme tensão pela qual seu filho, o jóquei Carlos Lavor, passou nos últimos dias poderia influenciar no seu desempenho. Por isso, procurou tranqüilizar o garoto:
- Pedi a ele que corresse como sabe. E que, se Troyanos por acaso perdesse, a culpa seria minha, que sou o responsável pelo preparo do cavalo. Estou felicíssimo. Apesar de já ter vencido com Daião, em 1977, a emoção desta vez foi maior. Um cavalo montado pelo meu filho e do Santa Maria de Araras, no qual eu trabalho há 12 anos e que ainda não havia vencido esta carreira. Foi maravilhoso.

ÚNICO VENCEDOR COM PULE DE DEVOLUÇÃO DA HISTÓRIA

Nos seus 57 anos de vida, muitos favoritos ganharam o GP Brasil, muitos perderam. O campeão Troyanos recordista brasileiro da época, devolveu o capital apostado. Pule de 10. Um novo recorde na história da prova. Até então , a menor pule pertencia ao brasileiro Helíaco e ao argentino Moraes Tinto, que ratearam 1,50.


Resultado Oficial:


1º Troyanos
2ºLaurus
3ºCarteziano
4ºJack Bob
5ºGay Charm
6ºLevron
7ºKen Graf
8ºDon Nova
9ºJapan Air
Tempo: 150s