Pelo mesmo motivo que refiz o post sobre a última corrida do Itajara estou refazendo o post sobre o galope de despedida.
A despedida de Itajara foi comovente. Antes mesmo de entrar na pista, uma verdadeira multidão foi vê-lo na baia próxima ao padoque, não cansando de admirá-lo. O entusiasmo era tanto que um turfista não se conteve e chegou a protestar com um dos proprietários, Lineu de Paula Machado, pela ida do craque para a reprodução:
- O senhor não poderia ter tomado tal decisão. Itajara hoje continua sendo seu, mas também pertence ao povo.
O protesto emocionou Lineu. Emocionados também já estavam Luís Carlos, o cavalariço, e Francisco Saraiva, o treinador. Quando Itajara saiu da baia, tendo uma manta os dizeres: “Itajara, Tríplice Coroado Invicto”, aconteceu uma autêntica comoção: dezenas de pessoas queriam fotografá-lo. No padoque, o jóquei José Ferreira dos Reis, o Reisinho, montou-o chorando.
Quando Itajara entrou na pista, o público explodiu em aplausos. O locutor Ernani Pires Ferreira, pelos alto-falantes, exaltava as qualidades do carque:
- Itajara, em tupi-guarani, significa “Senhor das Pedras”, mas o significado mudou para “Senhor das Pistas”.
O galope de despedida foi perfeito. O craque parecia nada sentir. Muita gente chorou. Não faltou quem afirmasse que, mesmo machucado, ele ganharia o GP Brasil, que seria vencido por Bowling momentos depois. Os aplausos só terminaram no padoque, mas o assédio do público nem permitiu que o cavalo pudesse ir à ducha. Itajara deixou o prado às 15 horas em ponto. Ainda naquela semana iria para o haras, onde cobriria 25 éguas de alta linhagem.
Assista o filme do galope de despedida:
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